sexta-feira, outubro 23, 2009

Recordações

         O ano de 1997 foi, para mim, cheio de surpresas boas e ruins. Eu tinha 17 anos, cheia de sonhos, vontade de estudar, aprender mais e mais. Hoje, 12 anos depois lembro daquele ano com certa saudade....Estudava em um colégio na mooca, estava no meu último ano do ensino médio, era tão bom ir para escola...
          Lá conheci muitas pessoas bacanas, ótimos professores (talvez os melhores que já tive) e histórias para contar, entre estas histórias e pessoas, destaco uma em especial com quem aprendi muitas coisas, mas antes de mais nada, aprendi a ser solidária e respeitar o próximo.
          Assintindo ao teleton 2009, o ano de 1997 veio a minha mente como se tivesse sido ontem. Como os anos passam rápido....Conheci Fabiana durante os tempos de escola, menina cheia de cachinhos dourados e com olhos verdes enorrrrrrmes, ela teve paralisia cerebral, uma lesão em uma ou mais partes do cérebro provocada pela falta de oxigenação das células cerebrais.
          Como morávamos no bairro da bela vista e estávamos na mesma sala, a mãe dela me pediu para ajudá-la com as lições pois ela escrevia de maneira lenta. Eu atendi prontamente. Usava uma folha de carbono embaixo do meu caderno, assim copiava as lições para mim e para ela ao mesmo tempo. Ela ficava como ouvinte na escola e fazia as lições em seu próprio tempo em sua casa, com tranquilidade. Fabiana, apesar de suas limitações físicas, tinha uma memória de elefante e ainda era boa em matemática. Era admirável como ela lembrava das coisas, de tudo que era dito nas aulas, das leituras. Eu nunca tive esta habilidade e sempre fui péssima com tudo que havia números.
          Lembro-me de uma vez de discutimos, briguinhas de colegas de escola. Fiquei tão triste! E ela também. Senti-me o pior dos seres, depois fizemos as pazes, tudo ficou bem novamente.
          Hoje me recordo da Fabiana e de sua família como uma saudade boa. Depois que terminamos a escola eu mudei de cidade e ela ainda continuou em São Paulo por um ano, prestou vestibular, passou mas depois voltou para Montevideo, seus pais são uruguaios e optaram por voltar para lá.
           Fabiana dançava, sim ela dançava balé lindamente  em sua cadeira de rodas, sob orientação da então terapeuta ocupacional da AACD Mariolga (não me recordo o sobrenome), cheguei a vê-la dançando em uma apresentação do teleton antes de sua ida para Montevideo. E quantas pessoas ditas normais que nem levantam a perna para dançar....
          Enfim, essa realidade ficou próxima a mim durante anos, pois neste mesmo ano de 1997 meu pai teve um AVC e também ficou em cadeira de rodas. Nessa época  conheci um pouco sobre o trabalho do fonoaudiólogo mas ainda não imaginava que um dia estudaria para tal, que me envolveria tanto com reabilitações, que ficaria tão feliz ao ver outras pessoas superando suas dificuldades e vencendo cada luta.
          Aprendi tanto durante este ano, Fabiana e sua família me ensinaram a ser solidária, respeitar o próximo, ver a capacidade que cada pessoa tem dentro de si, independente de sua condição. Se todos tivessem este contato com seres tão extraordiários como eu tive, talvez não houvesse tanto egoísmo, tantas pessoas feias de coração.
          Agradeço a Deus por tê-los como parte de minha vida, Fabiana e sua família farão parte de minhas lembranças onde contarei para meus filhos pessoas tão especiais, perseverantes e corajosas que conheci.



sexta-feira, outubro 09, 2009

Frase para reflexão....

"Se há consideração na vida do casal, então há também para com Deus. Se não é possível haver consideração para com aquilo que se vê, como haverá para com Aquilo que não se vê?"

          Li essa frase e fiquei pensando sobre ela, achei tão simples e ao  mesmo tempo, tão profunda. Ainda acrescento que essa consideração é válida não somente perante o casal, mas entre amigos, pais e filhos, filhos e pais, irmãos....



Fonte: http://www.bispomacedo.com.br/